MARAGRESTE
Ganhei de ti todo o oceano atávico Do pranto que chorei no teu adeus Das ondas que encharcaram os olhos meus Das ancestrais lembranças de amor mágico De tanta dor o pranto me reveste Que, mesmo náufrago do meu chorar Sou um deserto inóspito no mar Tão vasto quanto a imensidão celeste Mas seco o pranto, antes que me desgrace Apago qualquer choro que ainda reste Guardo no bolso o mar que tu me deste. Porque no pranto é que a estiagem nasce: A mesma lágrima que orvalha a face No coração faz território agreste. Oldney Lopes
Enviado por Oldney Lopes em 16/08/2007
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