CÉU E PRECIPÍCIO
As idéias brotam na beira do abismo, Quase sempre vertem rente ao coração, Nascem puras, nos momentos em que cismo De fazer das altas nuvens o meu chão. É que as mãos nunca conseguem, por destino, Transformar inspirações em formas rígidas E o fulgor das maravilhas que imagino Viram letras tortas, mortas, vãs e frígidas. Das idéias, na nascente, tiro o véu, Porém quase sempre perdem-se ao léu, Busco ser o criador e sou carrasco: Tento pô-las, em palavras, no papel Mas, voláteis, alçam vôo para o céu Ou, pesadas, precipitam do penhasco! (Imagem: "el rosto del abismo" - Najuzaid - disponível em: http://tn3-2.deviantart.com/300W/images3.deviantart.com/i/2005/152/0/d/El_rostro_del_abismo_by_najuzaid.jpg) Oldney Lopes
Enviado por Oldney Lopes em 26/06/2007
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