GULA
Na primeira noite eram águas E o vento a impulsionar para o não sei onde Na segunda noite tempo revolto E o gigante admoestor Na terceira noite é caravelha Espreitando deslumbrada pelo portal do paraíso Entrou sem bater (sem bater?) Depois é calor ele lhe dá água fresca É fome ele lhe dá comer É temporal ele abriga Depois frio e lhe faz fogueira Mais frio e lhe afogueia de novo Até que numa noite São um só fogo Era frio eles manto, Era sede eles rio, Era fome eles fauna e flora. Depois os meses de azia e vômito E o choro convulsivo da nova gente De que fruto comeste, pessoa? Do fruto do amor-e-ódio Que resultou Brasilidade. Oldney Lopes
Enviado por Oldney Lopes em 07/06/2007
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