FERIMENTO
Era ele criança - inda sonhava Era ele um incauto - não sabia O quanto desumano carregava O coração do mundo em que vivia. Era apenas menino e de repente A veste negra, o genuflexório O joelho esfolado, o ferro quente E o pranto em solidão no dormitório. No quarto escuro, a fome, o sangue, o medo As sevícias guardadas em segredo O ardor nas mãos, o grito, a palmatória Ainda hoje, já homem maduro Remói nalma o ferimento duro Jamais cicatrizado em sua história. Oldney Lopes© Brumadinho, 21 de setembro de 2014. Oldney Lopes
Enviado por Oldney Lopes em 21/09/2014
Alterado em 21/09/2014 |