Eram duas gêmeas plantas E veio, então,
Que o ser humano plantou Indiferente, No grande jardim do mundo O pássaro metálico, Capital do capital Rápido, bélico, gélido, Condensação do trabalho Intrépido, Eram plantas diferentes Num vôo mórbido, Não das criadas por Deus Num ato lúgubre, Mas das que fez o homem Num fato fúnebre, Eram duas obras primas Trajeto tétrico, Plantas de vidro e aço Maquiavélico, Projetadas no espaço Invade a planta Plantadas com muito engenho Estupra a flor Criadas com muita arte E outro pássaro Regadas com muito suor Fatídico bólido Gêmeas plantas reluzentes Em ato insólito Duas flores de concreto E outra chama Que Deus um dia, decerto E outro ardor Olhando-as bem de perto E outra dor Com espanto duvidou E cada planta Que tais poesias de ferro (agora cinzas) Que tocavam quase a lua Caiu por terra Foram feitas por seus filhos E cada homem (Deviam ser obra sua) Desmoronou! Brumadinho/MG, 11 de setembro de 2001. Oldney Lopes
Enviado por Oldney Lopes em 01/04/2007
Alterado em 15/05/2007 |