BAÚ ENCANTADO
Num dia de aniversário Com bolo, velinha e balão Brilho, luz, festa, magia, Guardei no baú encantado O meu rosto lambuzado De cajuzinho e alegria Guardei minhas fantasias, Meus brinquedos de menino: Os carrinhos sem rodinhas A bola furada e murcha Também a bola de meia E as bolinhas de gude As tampinhas de garrafa O pião O ioiô O dominó O pega-varetas O resta-um Guardei ainda as ilusões: Meus sonhos de infância Meus vaticínios Minhas emoções. Antes de trancar, Guardei o Papai Noel E o Coelhinho da Páscoa. Guardei o sorriso de Mamãe E a lágrima solitária do Papai Emocionado ao me ver contente Abrindo o meu presente Na noite de Natal (guardei também o Natal e os ovos de páscoa) Agora procuro a chave Do meu baú encantado. Constato, desapontado Que a chave sumiu pra sempre: Eu a perdi numa das voltas Do ponteiro do relógio Ou numa das que o mundo deu Ou numa das folhas arrancadas Do calendário de parede Perdi a chave no passar da história E o baú – já não mais encantado Pra sempre estará trancado Guardado, tão bem guardado Na caverna escura da minha memória Oldney Lopes© Oldney Lopes
Enviado por Oldney Lopes em 29/03/2007
Alterado em 03/10/2009 |