SONETO DE AMOR À FLORBELA
“E esta ânsia de viver, que nada acalma, É a chama da tua alma a esbrasear As apagadas cinzas da minha alma!” Florbela Espanca, em “Eu” Este amor que enxergo e que me cega Que vivo e que me mata, é amor carrasco A um tempo só é amor , veneno e asco Espinho agreste, flor que se não pega É um louco amor que vive estando morto Como ainda vive o rei Dom Sebastião E quer o sim, já tendo ouvido o não Quer todo o mar sem ter deixado o porto Mas torço ainda, amor, que venha a mim Para cumprir o gozo do destino Ainda que seja tarde, há de vir! E vindo, então, encontrará, enfim Um coração batendo em desatino Sob as areias de Alcácer Quibir! Oldney Lopes
Enviado por Oldney Lopes em 29/03/2007
Alterado em 31/03/2007 |