NADAÇÃO
Nada, vida, nada, Nada na dança das ondas do mar de lágrimas Nada na danada da tormenta que atormenta Nada na data alternada das calendas gregas Nada na dadeira a quem se come e se consome a fome Nada, vida, nada Nada daqui, nada dali, nada dalém, nada daquém, nada d’acolá Nada na dama da noite que à noite dá Na bordunada levada do nada, na granada mal arremessada Nada na Esplanada, nada no Planalto, nada no Sem-nado, sem coordenada Nada alma penada nada Nada na jornada já nadada e inda infindada Nada, vida, nada Nada e tenta uma guinada, Nada de braçada, de pernada e rabanada Nada na vida insubordinada Nada na grasnada da manada dos sem-nada Na embrionada que vem danada e motivada pra nadar Nadar, nadar, nadar, nadar Até que finde a jornada Na hora indeterminada do nada E se constate Emocionada, consternada, transtornada, Que tudo o quanto sempre se nada sem noção Dá-se em nada. Dá-se em vão. Dá-se em DANAÇÃO Oldney Lopes© Oldney Lopes
Enviado por Oldney Lopes em 20/10/2011
Alterado em 06/04/2014 |