DE NOVO, O ESPELHO
Insistentemente Ele se põe em minha frente Tento aboli-lo dos meus versos Mas ele sempre ressuscita Na morte das inspirações E no velório das rimas É tudo o que há de novo É tudo o que há, de novo Mostra-me indagações Para as quais talvez Eu não queira respostas Eu nunca sei se ele está Gritando verdades doloridas, Sussurrando ironias atrevidas Ou bendizendo mentiras desejáveis Talvez a voz dele Seja o eco da minha voz No vazio que há entre nós Num duelo interminável Defrontamo-nos: Ele com imagens Eu com imaginações Ele com reflexos Eu com reflexões Algum de nós com aparências Algum de nós com transparências Do brilho dele contra a minha opacidade Entre o ilusório e a realidade, Entre o delírio e a sanidade, Fantasiamo-nos de rei e plebeu E eu decreto: Morte ao espelho, Que o rei, aqui, sou eu! Oldney Lopes
Enviado por Oldney Lopes em 11/06/2007
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